Digimon World Re:Digitize
- Leonardo Pão de Queio
- 15 de jul. de 2015
- 10 min de leitura

BOM DIA AMIGUINHOS!!
Hoje, quem vos fala é aquele seu amigo que você compra 10 por 5 no terminal de ônibus, Pão de Queijo! Geralmente, vou dar as caras por aqui pra falar de algum jogo que eu joguei, de preferência, a não muito tempo, e na minha primeira aparição aqui na "parte escrita" do site, eu vou contar sobre minha empreitada no mundo de Digimon World Re:Digitize, a "seqüência direta" do primeiro jogo da franquia para PS1, Digimon World, de 1999.
(O texto ficou muito grande, mas ele está bem separado entre historia, jogo em si, e diferenças entre o Re:Digitize e o original, caso queiram ler somente uma parte, não se reprimam, eu não vou ficar triste com vocês!)
Vista geral:
Digimon World Re:Digitize se trata de um jogo para o PSP, lançado em 2012, para comemorar o 15° aniversario da franquia, ele tem a arte por Suzuhito Yasuda, artista de Durarara! e Devil Survivor. Ele utiliza o mesmo conceito de mecânica de seu "antecessor", uma releitura e adaptação dos Tamagotchis, onde você deve cuidar do seu Digimon alimentando, medicando, treinando e até mesmo levando para o banheiro. Sim, você tem que levar ele pro banheiro. Sim, ele vai fazer no chão mesmo se você não levar.

Imagem: Capa do Jogo.
O que me motivou a escrever sobre um jogo de PSP é que só agora pude jogá-lo, pois somente a pouco tempo que um grupo de fãs lançaram um patch de tradução não-oficial do jogo, já que esse jogo infelizmente nunca veio ao ocidente, nem pelo PSP, nem em sua versão para Nintendo 3DS, chamada de Digimon World Re:Digitize Decode.
Você deve ter reparado que as vezes que eu falei sobre este jogo ser uma seqüência, eu utilizei aspas, isso por que, apesar de utilizar uma mecânica muito parecida, ele não é de fato um seqüência narrativa do primeiro Digimon World, apesar de algumas similaridades no plot existirem, mas isso eu explico logo menos.
Historia:
No jogo, você assume o papel de Taiga, um jovem que vai parar no Mundo Digital, através de um estranho evento que acontece em seu computador. Ao acordar, o protagonista se vê em uma planície cheia de trilhos e trens antigos, chamada de Railroad Plains, com um Agumon ao seu lado. Aqui vemos as primeiras diferenças com o seu antecessor, nesse, não temos escolha, seu primeiro parceiro é um Agumon, e ele fala! Enquanto no antigo, podíamos escolher entre Agumon e Gabumon, e eles não tinham falas no jogo. Retomando, ao ter uma rápida conversa com seu novo parceiro, vocês são atacados por um Gabumon envolto em uma aura negra, temos então um tutorial, coisa que não se via muito na década de 90, o que acabou me irritando um pouco, visto que eu não fui obrigado a passar por isso no outro jogo. Bem, a batalha é fácil e após vencer você vai para File City, a mesma cidade do anterior, nela, encontramos Jijimon, o mendigão lider da cidade, ele conta como outros humanos também deram as caras por ali, mas não deram muitos ouvidos ao velho, que pede por sua atenção, e conta que os Digimons da File City estão deixando a cidade, e ele precisa de ajuda para que eles retornem. Bem, nesse exato momento, nós temos a File City, o Jijimon, os Digimons habitantes abandonando a cidade e eles precisam retornar, esse é basicamente o plot do Digimon World, uma surpresa muito agradável para quem esperou por anos um jogo no mesmo estilo.
(A partir daqui, vou falar um pouco mais a fundo sobre a historia, então vários spoilers podem aparecer, leia por sua conta e risco!)
O jogo não para por aí, apesar de termos essa premissa de reconstruir a cidade, o foco do jogo acaba sendo a narrativa principal. Jijimon menciona os outros humanos, e você se encontra com eles logo menos, um deles é seu melhor amigo, Nicolai Petrov, que tem Sasha, um Gaomon como parceiro, e a outra é uma garota, Akiho Rindo, sua parceira é Digitorin, uma Biyomon. Resumindo bruscamente a historia, você acaba indo investigar o Memorial Stella da região, e encontra uma criatura preta misteriosa, que parece um girino dinossauro, que sai de um portal misterioso, você o enfrenta, e adquire um objeto misterioso chamado "Garbage File" ou "Arquivo Lixo", ao pega-lo, você recebe um email misterioso de um destinatário misterioso, então uma jovem misteriosa aparece e fala algumas coisas misteriosas. Podemos perceber que a partir daqui que você começa a explorar o grande mistério que circula a trama.
Ao relatar o ocorrido com Jijimon, ele aconselha que você siga para a Singpost Forest, algo como a Floresta das Placas, e ache o Memorial Stella do local, ao sair da casa do Jijimon, você encontra o cara mais emburrado e que mais se acha do jogo, Yuya Kuga, que tem como parceiro Black, um BlackWarGreymon-X, bem, ele não se acha a toa. Você segue para o novo local, que é uma floresta fechada com as mais diversas placas de sinalização espalhadas. Aqui, você acaba por conhecer a jovem misteriosa, seu nome é Mikagura Mirei, ela tem como parceiras uma Angewomon e uma LadyDevimon, sim, ela tem dois digimons! Ela inclusive fala que essa é uma característica especial dela, assim como você tambem tem a sua! E pasme, a sua habilidade especial é... Identificar as Garbage File com extrema facilidade... Sim, nada de mais. Ou não! Essa habilidade tem sua importância em termo de narrativa, mas aposto que você também gostaria de ter 2 Digimons, eu queria muito ter dois Digimons, mas a vida tem dessas. Após este dialogo, você segue para o Memorial Stella, onde encontra o mesmo bicho misterioso de antes, mas dessa vez, ele evolui para sua próxima forma, um lobo barrigudinho com a mesma aparência de escamas pretas. Essa luta é bem mais difícil do que parece, mas após conseguir, ele foge novamente, e outra Garbage Data aparece.
Esse ciclo tende a se repetir, você segue para o Memorial Stella de uma outra região e lá você enfrenta um chefe, porem nem sempre é o Digimon misterioso, mas Digimons que estão possuídos pela aura negra, e ás vezes, você acaba por enfrentar algum Digimon que está defendendo o Memorial Stella. Você passa pelos mais diversos locais, sendo eles: Submerged Ruins, as Ruínas Submersas; Ancient Bone Swamp, o Antigo Pântano de Ossos; Sewer Maze, o Labirinto Esgoto; Flourescent Cave, a Caverna Fluorescente; Gravel Wasteland, o Terreno Baldio de Cascalho( em tradução literal, mas eu prefiro Deserto de Cascalho); Night Canyon, o Desfiladeiro da Noite; Bonkeno Volcano, o Vulcão Bonkeno (Eu sinceramente acho que Bonkeno é a maneira japa de escrever "volcano", que se pronuncia "vouqueno"); Powdery Cliff, o Penhasco Poeirento (Que apesar do nome, se trata de uma montanha congelada); e por ultimo Binary Castle, o Castelo Binário.

Imagem: Mapa do DigiMundo.
Enquanto você se esforça para conseguir todas as Garbage Files, acontece muita interação entre os personagens, Nicolai se mostra um tremendo de um apressado do inicio ao fim, ele age antes de pensar, e quando ele descobre que seu pai desaparecido estava no mundo digital todo esse tempo, acaba por colocar a segurança do pai em primeiro lugar, causando intrigas no grupo, deixando-o dividido por um tempo. A longo prazo, por causa disso, Yuya se torna bem mais humilde e cooperativo ao perceber que realmente não é o mais forte e que precisa da ajuda dos outros para conseguir.
No decorrer, você descobre que o nome da criatura negra é Vitium, e que o Dr. Petrov, pai do Nicolai, está possuído pela "criatura". Somente após a batalha em Binary Castle, onde você reencontra o Vitium, dessa vez muito mais forte, que você salva o cientista. Após essa batalha, vem o confronto final, Mirei consegue programar o Gospel Program, que enfraquecerá o Vitium e você segue para o todo da torre do Coliseu, onde ele se encontra. Ao chegar lá, Mirei informa que ele fugiu para uma dimensão que não é nem no mundo humano, nem no digital, e que talvez retornar de lá seria impossível, porem a influencia de Vitium já era tamanha, que o mundo humano também se via em perigo, você então reúne sua coragem e Mirei te teleporta para essa dimensão que fica no meio termo.
La você encontra Vitium dentro de uma planta, algo parecido com a planta do Bulbassauro, você o derrota e ele atinge sua forma Ultimate (Perfect ou Kanzentai em termos japoneses),um humanóide feminino azul, com uns detalhes que eu só consigo descrever como "data destruída", ele diz que estava buscando algo, e que ele encontraria essa resposta nessa luta. Ao derrotá-lo, ele expõe seus pensamentos, diz ter entendido que o que ele buscava, era simplesmente viver, por ser uma vida artificial gerada em laboratório, ele não sabia o que ele queria da vida, e por isso fez o que bem entendeu, e diz que espera se reencontrar com o protagonista, mas agora, sem serem inimigos.

Imagem: Vitium e suas formas.
Sobre o jogo:
As vezes, eu senti um grande desbalanceamento no combate, os ataques tem custo de MP muitas vezes não condizentes com o poder, tem golpes de 100 de dano, que atinge um alvo, que custa 20 MP, enquanto um com 140 que atinge alguns oponentes ao redor tem custo 40 e ambos tem o mesmo tempo de execução. Os oponentes também são muito fortes, eles tem muita vida, você acaba demorando de mais pra derrotar só um inimigo comum, fazendo você gastar todo o estoque de recuperadores, e deixando seu Digimon machucado no final da luta por que a luta se estende de mais.
Você também tem que passar quase que toda a vida do seu Digimon treinando, e focar tudo em HP e ataque, e no maximo inteligência, por que você pode dar mais comandos para o seu parceiro, é tudo o que você precisa para eliminar os obstáculos, você treina defesa, e parece que você não toma menos dano, você aumenta velocidade, e seu Digimon parece atacar com a mesma freqüência, dependendo dos seus ataques, você não tem que se preocupar com o MP.
O coliseu desse jogo é bem pratico, apesar de as vezes ser bem difícil, o tempo não passa enquanto você luta nele, te dando tempo para enfrentar todos os desafio sem se preocupar com o tempo de vida com o Digimon, outra função que reduz ainda mais essa preocupação é o sistema de Upload dos dados do seu Digimon, podendo utilizá-lo no coliseu quando bem entender, por mais que ele já tenha morrido.
O sistema de treino ta bem interessante, você pode realizar um treino normal, automático, ou um treino avançado, que é manual, cada atributo a ser treinado dessa maneira tem um mini-game diferente. Esses treinos manuais garantem mais pontos de atributos para o Digimon e por mais que alguns sejam bem falhos, como o de inteligência, que você tem que, de alguma forma, adivinhar o qual a trajetória dos números 1, 2 e 3 e escolher qual n vai destruir a bomba, ou o de defesa, que a principio é só defender na hora, mas é tão torto, que se torna muito difícil de se acertar, isso adiciona uma boa diferença sobre qual treino é qual, e ainda sai do que era no jogo anterior, uma maquina caça níqueis quase impossível de se acertar.
Uma adição interessante é o sistemas de e-mails, assim fica mais simples de saber aonde você tem que ir. Tem também uma função de enfeitar o Digimon com chapéu, gravata, óculos, essas coisas, algo interessante e engraçado.
A musica, como de costume nos jogos da franquia, é sem duvidas muito boa, algumas ressalvas, como a musica da academia que é bem enjoativa, ou a da cidade que é bem fraquinha.
Falando um pouco das diferenças com Digimon World:
Eu já citei alguns aspectos dessas diferenças, mas acho que o que mais me desagradou foi a File City, logo quando você começa a jogar o Digimon World, é tudo vazio, você tem a casa do Jijimon, a fazenda de carnes, um cofre quebrado, um banheiro, o Green Gym e muito espaço vazio. Você tem a sensação que aquilo ta deserto, os únicos habitantes são os Digimons In-training e um mendigão gente fina. Quando você leva alguém de volta pra cidade, ao falar com o velho supimpa, ele te fala qual a função que ele começou a exercer, e raramente você precisa dessa informação, por que fica claro na própria cidade o que tem de novo.
Já no Re:Digitize, temos uma cidade enorme, já tem uma loja, uma academia bolada, um hospital, a fazenda de carnes é bonita, tem Digimons Champions habitando o local, você não tem a sensação que tem algo errado, parece que a cidade vai muito bem sem a sua ajuda. E quando você leva alguém pra cidade, por mais que eles te mandem um e-mail falando o que eles estão fazendo, da a impressão que eles na verdade nem estão na cidade, levando em conta que poucos são os que realmente exercem uma função notável.
Mesmo assim, temos tudo que temos no outro, a loja de Treasure Hunt e de cartas, loja convencional, banco, lojas especiais, sistema de carona da Birdramon, fazenda de carnes, restaurante e coliseu.
Outro aspecto é que no original, os Digimons comuns que você enfrenta mundo a fora são diferentes dos Digimonsda cidade e você não é capaz detêlos, como o ModokiBetamon, Sabirdramon, Soulmon, Goburimon, etc., tornando os únicos e inconfundíveis, enquanto no Re:Digitize você encontra Digimons selvagens que você pode ter e que você leva para a cidade, provavelmente um meio de economizar memória.
Uma evolução de um jogo para outro é a adição de novos Digimons, incluindo a forma Mega (Ultimate ou kyuukyokutai em japonês), que não era alcançável no jogo anterior, tendo acesso até mesmo a algumas fusões de DNA (Jogress em japonês).
Conclusões:
No fim, eu aconselho vocês a jogarem o Re:Digitize, mas só se vocês já jogaram o Digimon World, por mais que esse seja um jogo bem bonito e que os pontos positivos sejam interessantes, ele tem alguns pontos negativos muito fortes. Agora, se você nunca jogou o Digimon World, eu aconselho de imediato que você o jogue!
É isso pessoal, ficou longo, eu sei. Eu ainda cortei boa parte da historia, e falei bem pouco dos aspectos técnicos, gostaria de comentar muito mais, mas chega, né?
Comentem ai o que acharam! Eu falei de mais da historia, e só uma resenha seria o bastante? Faltou comentar mais sobre o jogo em si? Vocês preferem que a minha escrita seja descaralhada igual a do nosso amigo Flamejante? Textos grandes como esse, ou até mesmo maiores são um problema? Digimon é melhor que Pokémon (Eu nem to ligando pra isso, mas fiquem livres para argumentarem)? Não sejam tímidos! Eu sou o Pão de Queijo, e até o próximo café da manhã!!

Imagem: Meu Caosmon, olha que coisa fofa!
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